domingo, 2 de janeiro de 2011

Hera, por Veronese




A temática grega sempre foi querida pelos pintores consagrados na arte ocidental. A idéia está agora em paralelamente aos contos, trazer algo mais técnico, e uma forma interessante é analisar alguns quadros. Alguns terão minha própria opinião, junto com um histórico, enquanto em outros serão baseados em livros de arte.

O momento em questão está voltado para a deusa Hera, e nada melhor do que trazer um quadro magnífico do pintor Paolo Veronese, cujo quadro acima é de autoria dele e intitulado “Juno despeja seus presentes sobre Veneza”, onde Juno é o nome dado pelos romanos à Hera.

O quadro reflete a afeição do pintor pela cidade que em 1553, por meio do monsenhor João Batista Ponchino, convida Veronese para a decoração de parte de um palácio, mesmo ano em que ele pinta essa obra.

Duas coisas chamam a atenção nesse quadro, a técnica e as cores, dignas de renascença italiana, além disso, vemos claramente uma linha que divide o quadro em dois planos, o divino e o terreno, representado por Juno e por Veneza respectivamente, também temos o não diálogo entre os personagens da tela e o espectador, de forma que parece que o autor busca enfatizar uma afeição tal de Juno para a Veneza, em que Hera e Veneza trocam olhares de amistosos, e muito mais do que isso, ao abrir os braços Veneza, além de estar disposta a receber os presentes, parece convidar Juno para o seu plano.

Em relação às modelos, segue-se um tipo físico comum nas obras de Veronese, representado por mulheres loiras e corpulentas, similares a “Bela Nani”, que deve ter incorporado os anseios estéticos do pintor.
Cores, formas, técnica aprimorada fazem desse quadro um belo exemplar da estética renascentista e da arte ocidental, afinal, Juno pode sim ser boa para alguns, como qualquer outro ser - humano.

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