domingo, 20 de fevereiro de 2011

O rapto de Perséfone – Um conto de Demeter - final



O tempo muitas vezes, entretanto, desleixa certos hábitos e assim não foi diferente com as gerações futuras daquela família, houve uma época cujos costumes foram deixados de lado, e o ritual ensinado foi alterado, perdendo sua verdadeira essência, deixando que o prazer efêmero de certas práticas maculasse o verdadeiro objetivo da bebida divina, fazendo com que o vento que vinha do leste não mais fosse com o odor dos narcisos, mas sim vazio e que ainda por cima carregava, ao passar pelo lugar do ritual, o cheiro pesado do sêmem perdido na terra e em algum maculado ventre.


As buscas, no entanto continuaram, até que ao chegar numa cachoeira ouviu algo que parecia a voz de sua filha que vinha de uma fenda no meio da terra, num primeiro momento teve a impressão que caíra lá, e assim estava presa pela terra, a ingrata terra que Deméter até pouco tempo atrás havia abençoado, mas ao correr para o local notou que o buraco era mais fundo, mais profundo que os desfiladeiros gregos em torno do Olimpo, só então percebeu que ela estava no reino dos mortos.


O choque inicial só foi superado ao conversar com uma ninfa que habitava aquelas terras e presenciou a cena, Persófone fora raptada por Hades.
O que até então era desespero se tornou em um terrível ódio, que se ela pudesse desceria no mesmo momento para o fundo dos infernos e mataria, se fosse possível, o próprio Hades, mas resolveu apelar para Zeus, deixando para ela a responsabilidade sobre o irmão, e assim fez, subiu o Olimpo, para o alívio de muitos deuses, que no momento estavam desesperados em busca da rainha dos campos férteis, mas regressou tão furiosa quanto deixou o local perto da fenda.


Ao comunicar Zeus do acontecido fora realizada uma reunião na qual Hades não abriu mão da recém esposa, pois ele havia dado a ela uma bebida do reino dos mortos, e então não seria mais possível que ela vivesse totalmente no mundo dos vivos, o que de fato deixou Deméter entristecida, por outro lado uma parte do ano Perséfone ficaria com mãe, assim podemos dizer que o caso foi resolvido, a ira em certa forma aplacada, pois os campos voltaram a produzir, mesmo que modestamente em comparação ao passado.




Perséfone e a semente de milho que jogada na terra é levada pelo deus das terras inferiores, mas que resgatada pela mãe aflora na primavera e embeleza os campos.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O rapto de Perséfone – Um conto de Deméter - parte II





O pai então ouve a historia de Deméter e oferece modestamente a sua cabana para que ela pudesse descansar, uma vez que simpatizara com a mulher – é estranho, mas é um fato mais comum do que muitos pensam, mas há certas pessoas com as quais mesmo sem ter muito contato há certa aceitação, isso pode ser pelo tipo de personalidade, ou mesmo um modo de comunicar-se, ou de vestir, mas o que importa é que para aquele camponês, Deméter era uma pessoa que ele estimava só pelo primeiro contato, pela primeira expressão – sendo assim, após algumas relutâncias de Deméter, não por orgulho, mas pela preocupação em não incomodar ninguém, e também pela certa necessidade de ficar sozinha, acaba aceitando.


Quando as três pessoas chegam à cabana, que não ficava muito distante de onde estavam, então eles se deparam com uma criança enferma, o outro filho do camponês que estava deitado sobre um a cama sendo velado pela mãe, que sem esperanças esperava pacientemente pela morte do filho, que muito debilitado pelo pouco alimento que recebera contraiu uma terrível febre que o fazia ter constantes convulsões.
Era o que faltava para Deméter banhar em lágrimas, o sentimento de compaixão era o que mais predominava naquele momento no coração da deusa, tanto que só pela chegada dela na cabana o menino parou de ter convulsões e até respirava melhor. O banquete servido depois de um quarto de hora consistia em poucas frutas e ainda alguns frutos secos que ainda restavam pelas redondezas, nessa hora Deméter pediu para que a camponesa colocasse algumas papoulas na mesa para decorar, papoulas estas que ela havia colhido pouco antes de entrar e que fizeram com que o jantar satisfizesse a todos de um modo muito estranho.


Jantaram, conversaram e dormiram. No meio da noite, Deméter movida de compaixão foi em direção da cama do menino e começou a fazer um estranho ritual que consistia em colher das papoulas todo seu perfume e transferi-lo através das narinas do rapaz para o pulmão, como um sopro de vida; passar a flor pelo corpo do menino transferindo a ele sua cor rosada e vigorosa, e por último arrancar-lhe as pétalas e colocá-las em seu coração como sinal de vida eterna, no entanto, antes que ela cumprisse essa última parte, a mãe do menino assustada surpreendeu-a fazendo tal ritual e num lance de egoísmo materno puxou o menino para si, que neste momento estava totalmente curado. Deméter, no entanto não se irritou com o feito, mas simplesmente voltou em sua forma divina e iluminada mostrando para mãe que aquilo que ela ia fazer com seu filho daria para ele a vida eterna.


A mulher ao vê-la caiu aos seus pés implorando perdão por tão tamanha imbecilidade que havia cometido pelos seus cegos cuidados de mãe, Deméter, que apesar de contrariada tinha motivos para irar-se permaneceu calada, pois de fato, faria o mesmo pela sua filha, que até então estava perdida.


Curar o menino fora uma das formas de agradecer a hospitalidade daquela tão simples gente, mas Deméter não se conteve com esse feito, ensinou àquela família um ritual de fertilidade que seria o segredo para a prosperidade do que ainda seria uma cidade, a cidade de Elêusis. O ritual deveria ser feito em uma noite clara no início da primavera para convidar as flores mais fortes e vigorosas para os campos férteis daquele lugar, essas flores trariam consigo uma planta que seria o néctar do contato com a deusa Deméter, uma néctar que seria preparado com vinho branco e orquídeas, que deixaria inconsciente que o tomasse, tendo visões olímpicas e sobre-humanas.


O primeiro a sentir tais efeitos fora o camponês, o patriarca da família, que após tomar um gole da primeira bebida feita pela deusa, perdeu as forças e lentamente desabou pelo chão como o tronco de uma árvore cortada, por algum tempo permaneceu inerte, até o momento em que começou a levantar as mãos para os céus e balbuciar palavras sem sentido para os que presenciavam a cena. Logo após o efeito de tal poção acabar um vento leste soprou delicadamente no meio da noite com o cheiro dos narcisos revigorando as pessoas presentes.


Deméter advertiu-os, no entanto, que esse era um segredo familiar, que somente deveria ser utilizado pelas pessoas que compunham a família o que dela no futuro fizessem parte. Pouco a pouco a família dos camponeses de Elêusis ficou famosa, e muitas pessoas vieram habitar naquelas terras, onde agora o simples camponês era chefe, e seus filhos como príncipes, e a fama prospera da cidade continuava a varrer a Grécia e se solidificar como a melhor terra do mundo, como agradecimento foi criado um magnífico templo para Deméter, que fora esculpida conforme a visão que os primeiros camponeses tiveram dela, de uma forma simples, mas majestosa.




Final na parte III, até mais. ^^

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O rapto de Perséfone – Um conto de Deméter - Parte I


O outono é a época das colheitas, a época em que os agricultores alegram-se e comemoram a fartura e a abundancia da vida, o momento de reunir os familiares e amigos em grandes banquetes pelas cabanas mais modestas, mas instantaneamente mais fartas da região campestre.

O outono é assim para quem vive do campo, mas houve um período de escassez, em que as flores vieram, entretanto se foram sem deixar o fruto de sua beleza, e o motivo poucos sabiam, poucos puderam presenciar o sofrimento contido na alma da terra, na mãe dos campos e dos trigos, na matrona Deméter.

Deméter, como é sabido, possuía uma belíssima filha, a única qual amava verdadeiramente, fruto da alegria, mais doce que a ameixa arroxeada e mais belas que os campos de trigo, Persófone era seu nome e vivia vagando pelos campos. E, justamente nesses passeios foi que Hades, o rei dos mortos, enamorou-se perdidamente dela, e em um curto espaço de tempo raptou-a como faz a abelha do néctar das flores.

Ao perceber tamanha desgraça que fora ter perdido sua filha, Deméter saiu em busca sem destino, sem rumo, pelo mundo afora. Deixou o Olimpo sem comunicar a nenhum habitante dele, e pior, deixou os humanos sem as bênçãos da fertilidade.

As orações dedicadas a ela pelos clementes artesãos de nada serviam, eram vazias como a madeira consumida pelos cupins que por fora ainda consistia a beleza, mas por dentro a podridão espera pelo mais simples toque para desabar. A fome com sua mão negra passou pela terra, ceifando as sementes, roubando das flores a aura da vida, a juventude e seu perfume, e dos homens roubava os mais fracos e debilitados esperando lentamente perecer os mais fortes como o carrapato espera pacientemente o momento de deixar a árvore e se jogar para a terra em busca de sangue.

Deméter, para não ser reconhecida transfigurara sua imagem em uma de simples camponesa, tornando seus brilhantes cabelos castanhos perderem o brilho e a forma, caindo-lhe mediocremente pelo talhe, suas vestes divinas, viraram simples panos comuns aos camponeses, e sua tez suave permitiu a natureza gravar suas marcas, assim estava, muito pior por dentro que por fora, não havia motivo para buscar sua filha resplandecendo algo que não conseguia ser, já não possuía o vigor de um broto que rompe a terra em direção ao céu, estava como um broto que rompe a terra e se depara com a escuridão, e estiola em meio a confusão, sem rumo.

Por longos dias andou a finco, passando por bosques e estepes, por rios e cachoeiras, até que depois de muito andar num dia, parou para descansar debaixo de uma árvore. Nesse momento um camponês com sua filha passavam pelo lugar, um homem simples com um chapéu característico e com uma cesta praticamente fazia se fosse pelos poucos figos que ainda resistiam a falta de vigor da terra, e parecia que a falta de vigor também assolava o pobre homem, que já encurvado mostrava sinais de fraqueza, talvez o fruto de abrir mão de seus poucos alimentos para dá-los aos seus filhos. O mesmo já não ocorria com a menina que correndo na frente de seu pai, pulava e cantava ainda feliz, apesar da escassez, com a natureza ao seu redor.

Eis que correndo na frente ela se depara com Deméter, e confundindo-a com sua mãe chama-a carinhosamente de mamãe e sai em direção para abraçá-la, esse foi o estopim para que as lágrimas viessem no rosto de Deméter que se volta para o lado da menina, para a surpresa desta, e abre os braços carinhosamente dizendo que não é sua mãe, a menina mesmo sem entender o que de fato ocorria abraça aquela jovem mulher e espera até o seu pai chegar.

Continua no próximo post...

domingo, 9 de janeiro de 2011

Deméter




Deméter era irmã de Zeus, e uma habitante do monte Olimpo. Ela era responsável pelas colheitas e pela fertilidade do solo, de modo que seu símbolo era uma espiga. Deméter não era casada e viveu poucos romances por meio dos quais teve seus filhos; o primeiro com seu irmão, Posêidon, que ela não queria, e por isso fugia constantemente, e até transfigurou-se em uma égua para intentar despistar o indesejável pretendente, que ao descobrir do disfarce, transformou-se também, e intencionalmente em um cavalo, dessa união nasceu Árion, um cavalo-falante; o segundo foi com seu irmão Zeus, pois é, ela bem que tentava fugir dos irmãos com os quais era obrigada a conviver, mas desse romance nasceu sua filha preferida, Perséfone, que num momento fora raptada por Hades e levada ao mundo subterrâneo; por último, é meio controverso o caso com um mortal, mas se for verdade, este fora o único que roubou o coração de Deméter, porém até quando Zeus não tinha conhecimento, pois ao saber, matara o rapaz. Com isso Deméter nos mostra que há amigos possessivos, mas saiba, há irmãos bem piores.

O fato, talvez, mais obscuro da vida de Deméter é a sua ligação com a cidade de Elêusis.
"Os Mistérios de Elêusis eram cerimônias de iniciação, com algum ritual pessoal a ser executado pelo novo participante. O culto era complexo, desenvolvido em vários dias. Há fragmentos de informações que permitem apenas perceber relances da celebração", diz a arqueóloga Elaine Veloso Hirata, da Universidade de São Paulo (USP).

Tudo indica que essa cerimônia começou após a saída de Deméter do Olimplo, em busca de sua filha Perséfone, o que fez com que a terra ficasse infértil e desolada sem a vigia de Deméter, trazendo fome e morte. Ao chegar a naquilo que um dia seria Elêusis, Deméter fora bem recebida por uma família que não sabia que ela uma deusa, uma vez que ela estava disfarçada de camponesa, e, dessa forma ficou habitando aquele local por um tempo, nesse ínterim ela ensina a cerimônia, com direito a sacrifícios e bebidas alucinógenas, para aquela família e partiu para outras terras, vagando sem destino, de forma que nessa viagem ocorrem diversas situações incríveis.

Por fim, Zeus vendo a lástima que se espalhava pela Grécia, procurou incessantemente Deméter e quando ao a encontrar, convocou uma reunião com todos os envolvidos no caso, de forma que fora determinado a Perséfone passaria metade do tempo com a mãe, e metade com seu marido, no mundo inferior.



Alguns sites:

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O gato branco - final






"como se não bastasse encravei-o num e depois noutro pé, deliciei-me com o brilho da dor para que assim não corra mais para os braços do meu amado."




Banhei o corpo dela com o vinho pestilento que brota do submundo e com meu punhal, comecei a riscá-la nas pernas, afundando lentamente o punhal sobre as coxas e sentindo o vermelho do sangue brotar, escorrer vagarosamente ao chão, ela, nesse suplício gritava pela morte incessantemente, mas ainda não havia terminado.


Algo nesse momento chamara minha atenção, percebi que não estávamos a sós, e ao olhar para o chão notei que havia um gato persa branco fartando-se daquele sangue maldito como se fosse mel dos deuses, abaixei-me e olhei para seus olhos amarelos faiscantes com a luz lunar, trincado como uma fenda de escuridão e desespero dos perdidos e condenados, que tão logo percebi que viera dos domínios soturnos de Hécate, e vinha com um pingente, um colar de prata com uma esmeralda quadrada e radiante, percebi então do que se tratava. Hécate ao notar os meus intentos não poderia perder os suspiros de uma vida em perigo de morte para suas magias, e aquele colar guardaria cada suspiro, cada lágrima e cada gota de sangue que corresse do rosto de Sêmele.


Restava ainda o rosto. Ao olhá-la ternamente como uma senhora olha um cordeiro no abate, ela horrorizou-se, chamou-me de louca, doente, cruel – tão doce essa palavra para mim -, além de muitos outros adjetivos que não pude perceber pela explosão de soluços desesperados e penetrantes. Subi em cima dela, de forma que meu rosto ficasse frente a frente com o dela, eu ainda via um brilho, em meio à escuridão, um brilho que faria de tudo para apagar o mais dolorosamente possível, ainda fixando-a eis que noto que o gato pula entre nós, e passeia languidamente, como num túnel, se sujando com sangue derramado. Ao chegar entre nossos rostos começar a lamber as lágrimas dela, e já satisfeito começa a morder a pele macia, arrastando as presas como uma navalha, fazendo com que fios de sangues banhassem totalmente e, eu, com minhas unhas, arrancava-lhe pedaços do pescoço e sentia a frenética pulsação da morte chegando, que a fazia sacudir a face de forma que as presas, tanto as minhas quanto as do gato, afundassem mais ainda na pele. Alucinada ela perdia momentaneamente a respiração, a boca se enchia de pêlos, do nariz só restava uma parte, mas olhos, esses ainda tinham um brilho.


Então parei, expulsei o gato antes que ele terminasse o meu trabalho, afinal era eu quem tinha quem destruí-la, eu, somente eu, aquela que deveria matá-la. E fiz, foi incrível vê-la toda banhada de sangue, arrancando suspiros entrecortados do fundo da alma, esperando a morte, que veio quando eu desenterrei o punhal da sua perna e cravei-lhe no pescoço, beijando-a e sentindo um jato de sangue lavar minha boa em meio aos pêlos e as lágrimas.


Por fim, olhei-a, e confesso-vos, estava divina, uma verdadeira obra prima que guardaria por um tempo no quarto, frente a Zeus, mas a natureza não é estática, e então resolvi pendurá-la de ponta cabeça no teto, para que o sangue escorresse melhor e deixá-la a sorte do primeiro vagabundo que encontrasse aquele corpo.


O meu trabalho estava feito, mas a alma da desgraçada não desceria ao inferno enquanto não vomitasse essa estória para você, meu querido Argos, que sendo agora morto, está encarregado de guiá-la, agora assim faça, pois tenho ainda uns corvos pra matar essa noite.



segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Vasos Gregos

Ao trazer à tona costumes e a própria vida dos gregos, não poderíamos deixar de de lado os tão famosos vasos, incrivelmente decorados. Além disso, a finalidade de post é trazer algumas formas comuns a esses vasos, que conforme a figura:



1/2/3/4 - Jarros para armazenar alimentos.
5 - Recipiente para misturar vinho com água.
6 - Simples tigela.
7 - Xícara.
8 - Jarra para cosméticos.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Hera, por Veronese




A temática grega sempre foi querida pelos pintores consagrados na arte ocidental. A idéia está agora em paralelamente aos contos, trazer algo mais técnico, e uma forma interessante é analisar alguns quadros. Alguns terão minha própria opinião, junto com um histórico, enquanto em outros serão baseados em livros de arte.

O momento em questão está voltado para a deusa Hera, e nada melhor do que trazer um quadro magnífico do pintor Paolo Veronese, cujo quadro acima é de autoria dele e intitulado “Juno despeja seus presentes sobre Veneza”, onde Juno é o nome dado pelos romanos à Hera.

O quadro reflete a afeição do pintor pela cidade que em 1553, por meio do monsenhor João Batista Ponchino, convida Veronese para a decoração de parte de um palácio, mesmo ano em que ele pinta essa obra.

Duas coisas chamam a atenção nesse quadro, a técnica e as cores, dignas de renascença italiana, além disso, vemos claramente uma linha que divide o quadro em dois planos, o divino e o terreno, representado por Juno e por Veneza respectivamente, também temos o não diálogo entre os personagens da tela e o espectador, de forma que parece que o autor busca enfatizar uma afeição tal de Juno para a Veneza, em que Hera e Veneza trocam olhares de amistosos, e muito mais do que isso, ao abrir os braços Veneza, além de estar disposta a receber os presentes, parece convidar Juno para o seu plano.

Em relação às modelos, segue-se um tipo físico comum nas obras de Veronese, representado por mulheres loiras e corpulentas, similares a “Bela Nani”, que deve ter incorporado os anseios estéticos do pintor.
Cores, formas, técnica aprimorada fazem desse quadro um belo exemplar da estética renascentista e da arte ocidental, afinal, Juno pode sim ser boa para alguns, como qualquer outro ser - humano.